domingo, 22 de fevereiro de 2015

Shot de vodka, por favor.


Amei, amei-te.

Não amei mais ninguém nem sei se sou capaz de o fazer. Nem quero, prefiro generalizar a coisa assim, de uma maneira tranquila, não me chateio, sinto horrores e dolores mas sei lá o que é o amor, nunca o esqueci, não sei o que é sofrer por alguém, porque deturpei o seu valor.
As minhas mãos estão a envelhecer e sinto-as gastas, noto na velocidade que escrevem sobre corações despedaçados, arrancados onde derramados líquidos foram lá escorrer.
Agora, quero o universo, quero dar as mãos às estrelas e ser somente mais uma no meio delas, quero roer-me de frio quando me deito no sofá, quero coçar o rabo porque estou sozinha, quero descalçar as meias de dias, quero tirar o tampão no meio da sala, quero cantar para a sanita, quero chorar de nada, quero viver desalmadamente sem qualquer receio de cair no primeiro passeio, ou de beber o ultimo gole, sabes porquê?
Porque amo existir.
Se sei o que é o amor?
Acho que não sei eu outra coisa. 



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