sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O desmesurado, superlativo, escandalosamente exagerado amor. O teu cheiro a fazer-me uivar, a dar-me ganas de beber lava e saltar tão alto ao ponto de morder a Lua, dançar descalço sobre cacos de vidro, subir a Duque de Loulé a cantar-te Roxy Music e vermos a nossa simbiose abençoada por travestis e junkies. Tu tentares um feitiço com o meu sangue e uma promessa velada às constelações dos céus do Sul, dares-me a mão ao atravessarmos uma ilha do Adriático, rodeados por vinhedos, mansardas abandonadas maquilhadas como viúvas moribundas e os trompetes sempre a acompanhar o nosso ritmo. Um passo, um beijo, um passo, um amasso, aquele afirmativo passo em direcção à costa e desatamos a rir, outro passo, o derradeiro beijo dos fervores, de inapropriadas tesões, que toda a convenção morra de uma morte longa e dolorosa, AQUI ESTAMOS NÓS, A SUBVERSÃO PELO AMOR! Tudo isso e muito, muito mais, ver-te acordar, aborrecer-me contigo, esgotar tópicos, conversas, maços de cigarros, fins de tarde, ideologias e ícones, a minha paciência, a minha vida…

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Troca por vinho o amor que não terás.
Cantava Fernando Pessoa nas suas coisas de beber.

Ansiamos sempre a ilusão do romance perfeito, sem sequer saber o que isso realmente é.
As pessoas são bichos complexos, fartam-se de umas querendo outras, desprezam umas tais e depois já se lembram, é um circo de conveniência floral, em que o apetite é a água de beber.
O romance é livro, é um sonho constante, é um desejo de paixão, isto tudo porque é uma seca não estar apaixonado, a procura do amor, do sorriso encantador, do cheiro mágico é uma correria que acelera a nossa pulsação e, sem dúvida, vivemos disso.
Um carrossel anima-dor.