sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O desmesurado, superlativo, escandalosamente exagerado amor. O teu cheiro a fazer-me uivar, a dar-me ganas de beber lava e saltar tão alto ao ponto de morder a Lua, dançar descalço sobre cacos de vidro, subir a Duque de Loulé a cantar-te Roxy Music e vermos a nossa simbiose abençoada por travestis e junkies. Tu tentares um feitiço com o meu sangue e uma promessa velada às constelações dos céus do Sul, dares-me a mão ao atravessarmos uma ilha do Adriático, rodeados por vinhedos, mansardas abandonadas maquilhadas como viúvas moribundas e os trompetes sempre a acompanhar o nosso ritmo. Um passo, um beijo, um passo, um amasso, aquele afirmativo passo em direcção à costa e desatamos a rir, outro passo, o derradeiro beijo dos fervores, de inapropriadas tesões, que toda a convenção morra de uma morte longa e dolorosa, AQUI ESTAMOS NÓS, A SUBVERSÃO PELO AMOR! Tudo isso e muito, muito mais, ver-te acordar, aborrecer-me contigo, esgotar tópicos, conversas, maços de cigarros, fins de tarde, ideologias e ícones, a minha paciência, a minha vida…

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