domingo, 28 de dezembro de 2014

Tenho um coração para a troca. Troco-o pelo sossego do vazio, pela morte do ego em todas as terminações nervosas. Troco-o pela genitália, uma cabeça de falo do tamanho de um punho a bater como um tambor dentro do meu peito. Basta de exaltações do espírito, de cheiros que escravizam, de-lírios e girassóis a florir onde tudo arde, quando tudo se consome até à cinza. Quero um desfile de conas no baixo-ventre, sem qualquer deslumbre mágico, sem subtilezas nem acessos de ternura. É isso, uma parada de camaradas conas revolucionárias, das que marcharam no Carmo, em Selma e Tiananmen, fumando ventil, ventilando filtro, filtrando gigante, agigantando a minha indiferença. Conas marchantes empunhando sinais de coito, apregoando fodas que salvarão o mundo. Quero tudo isso, mas, acima de tudo, quero silêncio.

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